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Parte IV: Anexos
Anexos

Glossário

  • #

    5g

    É a quinta geração da tecnologia de transmissão de dados wireless (sem fio). As novas antenas de conectividade móvel foram desenvolvidas com parâmetros de performance de altíssima velocidade, até 20 vezes superior à atual tecnologia 4g. Apesar da grande capacidade técnica dessa tecnologia, sua implementação em ambientes urbanos é complexa, pois demanda grande incremento na infraestrutura de telecomunicações, bem como uma quantidade elevada de antenas em cada quarteirão da cidade. Fatores como regulamentação e poluição eletromagnética, bem como impactos sobre a saúde pública, são desafios a serem ainda equacionados.

  • A

    Algoritmo

    Os algoritmos são basicamente um conjunto de instruções para realizar uma tarefa, produzindo um resultado final a partir de algum ponto de partida. Atualmente, os algoritmos embarcados em sistemas e dispositivos eletrônicos são in-cumbidos cada vez mais de decisões, avaliações e análises que têm impactos concretos em nossas vidas. Em ciência da computação, um algoritmo é uma sequência finita de ações executáveis que visam obter uma solução para um determi-nado tipo de problema. São as chamadas “linhas de código” por trás dos softwares e aplicativos. De forma mais ampla, um algoritmo é um tipo de procedimento para solução de problemas na forma de uma lista de procedimentos (ou passos) necessários para realizar uma tarefa. A complexidade do tra-balho dos algoritmos aumenta com o uso cada vez maior das técnicas de aprendizagem automática.

    Antena

    Dispositivo para radiar ou captar ondas eletromagnéticas no espaço.

    Aprendizagem de máquina

    Subcampo da ciência da computação que explora a constru-ção de algoritmos e modelos que podem modificar seu comportamento autonomamente, tendo como base a sua própria experiência para fazer previsões a partir de amostras de dados; tais algoritmos operam construindo regras e modelos gerados a partir de inputs amostrais, com base no reconhecimento de padrões dentro dos dados analisados, a fim de fazer previsões ou tomar decisões guiadas.

    Arranjos produtivos

    Também conhecidos como arranjos produtivos locais (APL), sistemas produtivos locais ou clusters, os APLs têm se destacado como forma de integração de agentes. Essa configuração é particularmente relevante para  as pequenas e médias empresas, que apresentam maiores dificuldades de inserção no mercado nacional e internacional, e que, com políticas de cooperação podem aumentar sua competitividade.

    APLS

    São um conjunto de fatores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem. Os arranjos geralmente incluem empresas – produtoras de bens e serviços finais, fornecedoras de equipamentos e outros insumos, prestadoras de serviços, comercializadoras, clientes, etc., Cooperativas, associações e representações - e demais organizações voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção e financiamento. A articulação de organizações de todos os tamanhos em APLs e o aproveitamento das sinergias geradas por suas interações fortalecem suas chances de sobrevivência e crescimento.

  • B

    Backbone

    Ou “espinha dorsal”. O backbone da internet pode ser defini-do como as principais rotas continentais e intercontinentais de tráfego de dados entre grandes redes de computadores interconectados e roteadores centrais na internet. Essas rotas de dados são hospedadas por centros de rede comerciais, governamentais, acadêmicos e outros de alta capacidade, pontos de troca de internet e pontos de acesso de rede, que trocam tráfego de internet entre os países, continentes e através dos oceanos. A internet, e consequentemente, suas redes de backbone, não dependem de controle central ou instalações de coordenação. O alto grau de redundância dos links de rede atuais e os sofisticados protocolos de roteamento em tempo real fornecem caminhos alternativos de comunicação para o balanceamento de carga e a prevenção de congestionamentos.

    Backhaul

    Em uma rede de telecomunicações hierárquica, a parte de backhaul da rede compreende os links intermediários entre a rede principal, ou a rede de backbone, e as pequenas sub-redes na borda da rede (como, por exemplo, a “última milha” das conexões locais). Nos contratos relativos a tais redes, backhaul tem a obrigação de transportar pacotes de e para essa rede de backbone. Uma definição de negócios de backhaul é o provedor de largura de banda comercial por atacado que oferece garantias de qualidade de serviço (qos). Em ambas as definições técnicas e comerciais, o backhaul geralmente se refere ao lado da rede que se comunica com a internet global, pago pelas tarifas de acesso comercial no atacado para ou em um ponto de troca na internet ou outro local de acesso à rede principal. Às vezes existem redes de meia milha entre a lan do cliente e as trocas. Esta pode ser uma conexão wan local. Os telefones celulares que se comunicam com uma única torre de celular constituem uma sub-rede local; a conexão entre a torre de celular e o resto do mundo começa com um link de backhaul para o núcleo da rede do provedor de serviços de internet (por meio de um ponto de presença). Um backhaul pode incluir componentes com fio, fibra ótica e sem fio. As seções sem fio podem incluir o uso de bandas de micro-ondas e topologias de rede de malha e borda que podem usar um canal sem fio de alta capacidade para levar os pacotes aos links de micro-ondas ou fibra.

    Banda larga

    Termo oriundo das telecomunicações. O termo banda larga pode apresentar diferentes significados em diferentes contextos. A recomendação do setor de padronização da união internacional das telecomunicações define banda larga como a capacidade de transmissão digital de dados (cabeados ou por link de rádio) que é superior a 2 ou 5 megabits por segundo.

    Big data

    Big data são grandes conjuntos de dados complexos, obti-dos especialmente de novas fontes de dados. Big data é um campo que trata de maneiras de analisar, extrair sistematicamente informações ou, de outra forma, lidar com conjuntos de dados muito grandes ou complexos para serem tratados por softwares tradicionais de processamento de dados. Os desafios do big data incluem a captura de dados, armazenamento de dados, análise de dados, pesquisa, compartilhamento, transferência, visualização, consulta, atualização, privacidade de informações e fonte de dados. O big data foi originalmente associado a três conceitos principais: volume, variedade e velocidade. Outros conceitos atribuídos posteriormente com big data são veracidade (isto é, quanto ruído há nos dados) e valor.

    • Volume: relacionado a grande quandidade de dados gerados;
    • Variedade: as fontes de dados são muito variadas, o que aumenta a complexidade das análises;
    • Velocidade: devido ao grande volume e variedade de dados, todo o processamento deve ser ágil para gerar as informações necessárias;
    • Veracidade: a veracidade está ligada diretamente ao quanto uma informação é verdadeira;
    • Valor: este conceito está relacionado com o valor obtido desses dados, ou seja, com a “informação útil”.
    Biodiversidade

    Variedade e variabilidade da vida existente no planeta, inclui a diversidade dentro de espécies, a diversidade entre espécies e a diversidade de ecossistemas.

    Blockchain

    Protocolo de criptografia de blocos de informações altamente resistente a adulterações. Essa nova tecnologia, inicialmente ligada às criptomoedas, tem sido adotada no sistema financeiro para mitigar riscos de fraude e redução de custos cartoriais.

  • C

    Cadastros técnicos mutifinalitários

    O cadastro técnico multifinalitário pode ser entendido como um sistema de registro dos elementos espaciais que repre-sentam a estrutura urbana, constituído por uma componente geométrica e outra descritiva. Esses componentes lhe conferem agilidade e diversidade no fornecimento de dados para atender diferentes funções, inclusive a de planejamento urbano (Blachut et al, 1974). Segundo Blachut et al (1980), o cadastro urbano possui três funções básicas:

    • Função fiscal, que se refere à identificação dos bens imóveis e de seus proprietários com a finalidade de regulamentar o recolhimento de impostos;
    • Função jurídica, que se refere à determinação dos direitos de propriedade;
    • Função de planejamento que, segundo os autores, “está deslocando-se rapidamente para o ponto central das operações cadastrais, e como resultado disso o cadastro está adquirindo uma certa característica mul-tifinalitária” (Blachut et al, 1980).

    Dessa forma, o CTM torna-se uma base sobre a qual podem ser construídas diversas bases temáticas, tais como o cadastro tributário, a base de dados do sistema de saúde, o cadastro de áreas verdes e públicas, e assim por diante.

    Centros de Gestão Integrada (CGI)

    De um modo geral  trata-se da implantação de estruturas para o desenvolvimento, operação, manutenção, gestão e administração de infraestruturas públicas e de áreas urbanas. CGI tem uma dimensão estratégica para aprimorar segurança, proteção, governança, integrando áreas da administração municipal, estadual e/ou federal, buscando melhorar a eficácia na governança e gestão de serviços públicos. CGIs geralmente consistem na instalação de gestão integrada de operações e resposta a incidentes e acidentes, por meio de equipes de alto desempenho, modelo lógico de operação, fer-ramentas de inteligência e sistemas tecnológicos de última geração. Essas elementos são capazes de prover análises fiéis e em tempo real do panorama global de uma metrópole, de eventos em andamento, bem como de projetos, planos de governo e utilização de recursos públicos. No entanto, CGI não concerne apenas o agrupamento de uma série de funcionalidades em um ambiente tecnológico centralizado. Essas funções devem ser concatenadas e agrupadas de forma que os tomadores de decisão consigam transformar dados obtidos em ambientes urbanos complexos em informação estruturada, ou seja, em conhecimento.

    Cibernética

    O matemático Norbert Wiener definiu a cibernética em 1948 como “o estudo científico do controle e da comunicação no animal e na máquina”. Em outras palavras, é a ciência que estuda a forma como humanos, animais e máquinas se con-trolam e se comunicam entre si.  A palavra cibernética vem do grego kybernētikḗ, que significa “governança”, em um sentido naval, de “direção”.A cibernética é uma abordagem transdisciplinar para explorar sistemas autorregulatórios – suas estruturas, restrições e possibilidades. Uma descrição de uma lógica cibernética, presente no artigo “a public philosophy for real time information systems” (uma filosofia pública para sistemas de informação em tempo real), publicado em 1968 pelo sociólogo harold sackman, é a que segue: é o “monitoramento permanente sobre um ambiente no qual um dado objeto está inserido, de forma a: definir modos de identificação instantânea de alterações na dinâmica de situações críticas; identificação de problemas; efetuar regulação corretiva e controle de acordo com os padrões estabelecidos de performance do sistema; adaptação e evolução do design do sistema e suas operações para atender a mudanças de condições em tempo real. (...) O fundamental nesta definição é que sistemas de tempo real não são meros espectadores de seus próprios eventos, mas os criadores de desfechos desejáveis, pois são agentes ativos que moldam um ambiente parcialmente plástico de acordo com uma imagem pré-concebida”.

    Ciberinfraestrutura

    Infraestrutura de sistemas operacionais, gestão e processa-mento de dados, instrumentos avançados e ambientes de visualização.

    Crime cibernético

    São crimes que envolvem computadores e redes de computação (como a internet). Os computadores podem ser usados para cometer o crime ou serem o alvo do crime. 

    Co-criação

    Processo aberto e não-hierárquico de desenvolvimento conjunto, compartilhado, de quaisquer tipos de projetos, planos, protótipos. Esse tipo de processo vem crescendo sistematicamente, dadas suas qualidades de validação conjunta de eventuais propostas à medida em que vão emergindo.

    Código aberto

    É um código-fonte (instruções em linguagem de programa-ção) que é disponibilizado livremente para possíveis modificações e redistribuições. Eles podem incluir permissão para usar o código-fonte, documentação de design, ou conteúdo do produto. Geralmente se refere ao modelo de código aberto, no qual software de código aberto ou outros produtos são lançados sob uma licença de código aberto. O termo se originou com software, mas expandiu-se para além do setor de software para cobrir outros conteúdos abertos e formas de colaboração aberta.

    Computação em nuvem

    Utilização da memória e da capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e servidores hospedados em data centers remotos conectados pela internet, seguindo o princípio da computação em rede. Os serviços e programas podem ser acessados remotamente de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de armazenar dados ou software nos dispositivos locais.

    Conectividade

    Este conceito pode ser adotado de formas diferentes, em contextos diferentes. Refere-se tanto a um atributo das tecnologias digitais de comunicação, ou seja, à capacidade de dispositivos estarem conectados, quanto à capacidade que uma rede tem de promover novas conexões. Também pode se referir aos meios pelos quais terminais individuais, computadores, aparelhos celulares e redes locais se conectam à rede mundial de computadores, a internet. Do ponto de vista social, conectividade é simultaneamente um imperativo de competição profissional (ou seja, sem conectividade não se acessa as melhores condições de emprego e performance) e uma aspiração na esfera do estilo de vida (ou seja, conectividade hoje é não apenas uma questão técnica, mas um valor cultural).

    Criptografia

    Estudo e prática de princípios e técnicas para comunicação segura de dados. A criptografia aplica-se à construção e análise de protocolos que impedem terceiros, ou o público, de lerem mensagens privadas e envolve muitos aspectos em segurança da informação, como confidencialidade, integridade de dados, autenticação e irretratabilidade. Aplicações de criptografia incluem comércio eletrônico, cartões de pagamento baseados em chip, moedas digitais, senhas de computadores e comunicações militares.

    Crowdsourcing

    Neologismo que combina as palavras crowd (multidão) e outsourcing (terceirização). O crowdsourcing é a prática de obter dados, serviços, ideias ou conteúdo necessários, solicitando contribuições de um grande grupo de pessoas, especialmente da comunidade online, que contribui de forma ativa (tarefas interativas) ou passiva (acesso a seus sensores).

  • D

    Dados

    São um conjunto de valores ou ocorrências em estado bruto a partir do qual, após processo de tratamento, são extraídas informações e construídos os sentidos. Existem dois tipos de dados: estruturados e não estruturados. Estruturados são os dados formatados, organizados em tabelas – linhas e colunas – de fácil processamento, geralmente por meio de um sistema gerenciador de banco de dados. Um exemplo são os dados gerados por aplicações empresariais. Os dados não estruturados não possuem uma formatação específica e seu processamento é mais complexo. Por exemplo, mensagens de e-mail, imagens, documentos de texto, mensagens em redes sociais, fala natural. Hoje boa parte das aplicações de inteligência artificial tem como objetivo a estruturação de dados não estruturados.

    Dados abertos

    Movimento que defende que dados governamentais devem estar disponíveis para qualquer pessoa com uma possibilidade de redistribuição em qualquer forma, sem qualquer restrição de direitos autorais. Um dado está aberto se qualquer um estiver livre para usá-lo, reutilizá-lo e redistribuí-lo – sujeito apenas, no máximo, ao requisito de atribuir a fonte e/ou compartilhar. Dados abertos são dados que qualquer pessoa pode acessar, usar ou compartilhar. A disponibilização de grandes bancos de dados para o uso da população pode alimentar processos de inovação, uma vez que a qualidade e abrangên-cia dos bancos de dados públicos permite ao desenvolvedor acesso a quadros detalhados de uma determinada situação urbana, grupo social ou serviço público. Essas informações podem gerar novas perspectivas sobre velhos processos. No entanto, a abertura e acesso a esses dados deve obedecer a rigorosos critérios de segurança, no que tange à ética em sua utilização e no respeito à privacidade individual.

    Densidade de sistemas tecnológicos

    Refere-se à densidade da presença de tecnologias da informação e comunicação no espaço urbano. Essa densidade pode ser medida pela quantidade de smartphones por metro quadrado, pela presença de estações rádio-base (ERBs), pela capilaridade das redes de transmissão de dados em fibra óptica, pela incidência de sinais de satélite sobre uma determinada área, pela quantidade e qualidade das conexões de internet fixa e móvel. 

    Desenvolvimento urbano induzido pela digitalização (DID)

    Em uma perspectiva de desenvolvimento urbano, “cidade inteligente”, é o conceito que denomina uma abrangente reorganização e transformação territoriais induzida por tecnologias da informação e comunicação, e que implica simultânea e coordenadamente o amplo redesenho da vida urbana - desde a gestão das infraestruturas e dos assuntos públicos até o a influência dos usos dos serviços digitais sobre comportamentos individuais e coletivos (sociabilidade, pegada ambiental, consumo, participação política, comunicação interpessoal). O DiD exige visão ecossistêmica, que entenda a cadeia produtiva e os usos do território praticados pela indústria digital e sua articulação com práticas sociais e a economia urbana. 

    Desenvolvimento Urbano Sustentável

    É o processo de ocupação urbana orientada para o bem comum e para a redução de desigualdades, que equilibra as necessidades sociais, dinamiza a cultura, valoriza e fortalece identidades, utiliza de forma responsável os recursos naturais, tecnológicos, urbanos e financeiros, e promove o desenvolvimento econômico local, impulsionando a criação de oportunidades na diversidade e a inclusão social, produtiva e espacial de todas as pessoas, da presente e das futuras gerações, por meio da distribuição equitativa de infraestrutura, espaços públicos, bens e serviços urbanos e do adequado ordenamento do uso e da ocupação do solo em diferentes contextos e escalas territoriais, com respeito a pactos sociopolíticos estabelecidos em arenas democráticas de governança colaborativa.

    Desigualdade socioespacial

    É a distribuição territorial da desigualdade econômica, ou expressão espacial dos contrastes da sociedade. Refere-se à relação entre desigualdades associadas a aspectos sociais - idade, gênero, renda, educação - e espaciais - onde alguém mora, onde alguém trabalha etc. No caso de uma metrópole, essa condição se manifesta no baixa ou nula oferta, pelo estado ou pelo mercado, dos serviços essenciais à manutenção e reprodução da vida digna em determinadas áreas. Desigualdades socioeconômicas e espaciais são frutos estrutu-rais da forma como o país se desenvolveu e foi ocupado. Ou seja, resultam de ações que ocorreram há décadas e séculos. Aparecem de muitas formas e em muitos níveis no território. Aparecem no desequilíbrio da rede urbana (municípios muito distantes e outros muito próximos ou concentrando oportunidades, bens e serviços especializados), nas pequenas localidades isoladas e nos municípios brasileiros de difícil acesso. Mas também aparecem nos bairros periféricos e nos núcleos urbanos informais das grandes cidades.

    Digitalização

    Digitalização é um termo popular sendo usado para variadas finalidades. Um primeiro uso corrente concerne ao processo técnico de conversão - por meio de técnicas de escaneamento -  de um determinado documento, seja ele papel, fotografia, filme, em um arquivo digital. As características principais dos arquivos digitais são suas propriedades de rastreabilidade, acessibilidade remota, reprodutibilidade, por meio de meta-dados e “endereços” dos arquivos, seja armazenados na me-mória de um computador, seja em discos externos, seja nos servidores remotos (também conhecidos como “nuvens”). Uma outra maneira de utilizar o termo é menos precisa, onde é feita uma associação direta entre “transformação digital” e “digitalização”. Por exemplo, “digitalização de serviços” concerne não apenas à adoção de documentos digitais, mas a um amplo “redesign” das estruturas de governança de uma determinada instituição pública, que a partir desse momento passarão, por meio de interfaces eletrônicas, a responder a interações com o público em tempo real. Nesse sentido, “digitalização” implica em transformações culturais e institucionais em uma determinada organização.

    Disrupção

    É o que causa uma ruptura com padrões e modelos existen-tes. Na teoria dos negócios, disruptiva é uma inovação que cria um novo mercado e uma nova cadeia de valor e, eventualmente, desintegra uma cadeia de valor e mercados existen-tes, deslocando firmas, produtos e alianças de sua posição de líderes de mercado. O termo surgiu a partir de 1995. Do ponto de vista do espaço urbano, a noção de disrupção é extremamente delicada. A ruptura de sistemas e serviços públicos, mesmo aqueles que funcionam aquém de seu potencial, traz extensas consequências socioambientais. Um bom exemplo disso é o efeito uber, que quebrou as cooperativas de táxi locais e introduziu um novo sistema de valores nos processos de mobilidade urbana. A transferência da mediação entre passageiros e motoristas para operadores remotos gera desorganizações e atritos, onde o principal palco de conflito – além da rua, onde motoristas exigem melhores condições de trabalho – são as câmaras municipais.

    Diversidade Territorial

    Tudo o que faz uma cidade ou região ser diferenciada em seu próprio território ou em relação a outras localidades. Por exemplo:

    • Porte populacional (Quantidade de pessoas que moram na cidade);
    • Relações com outras cidades (Oferta de serviços, emprego e mão-de-obra);
    • Localização e acessibilidade;
    • Clima;
    • Patrimônio cultural;
    • Patrimônio natural;
    • Biomas (conjuntos de ecossistemas);
    • Matriz produtiva (Estrutura da produção econômica e relações entre diferentes setores, por exemplo, alguns municípios têm a economia movimen-tada pelo turismo; outros, pelo comércio; outros, por negócios financeiros);
    • Relações sociopolíticas;
    • Capacidades administrativas.

    A diversidade territorial também pode se refletir nos níveis de urbanidade e ruralidade, bem como aspectos culturais, étnicos, ambientais, climáticos e econômicos.

  • E

    Economia circular

    É um sistema econômico que visa eliminar o desperdício e o uso contínuo dos recursos. Os sistemas circulares empregam reutilização, compartilhamento, reparo, reforma, remanufatu-ra e reciclagem para criar um sistema fechado, minimizando o uso de insumos de recursos e a criação de resíduos, polui-ção e emissões de carbono.

    Economia comportamental

    A economia comportamental estuda os efeitos de fatores psicológicos, cognitivos, emocionais, culturais e sociais nas decisões econômicas de indivíduos e instituições e como es-sas decisões variam daquelas implícitas na teoria econômica clássica – baseada na presunção da racionalidade humana. A economia comportamental está primariamente preocupada com os limites da racionalidade dos agentes econômicos. Modelos comportamentais tipicamente integram insights da psicologia, neurociência e teoria microeconômica.  Pelo estudo da economia comportamental pode-se aferir como as decisões de mercado são tomadas e identificar os mecanismos que motivam as escolhas feitas pelo público. Os três temas predominantes na economia comportamental são:

    • Heurística: os seres humanos tomam 95% de suas decisões usando atalhos mentais ou “regras do dedão”;
    • Enquadramento: a coleção de anedotas e estereó-tipos que compõem os filtros mentais da qual indivíduos dependem para compreender e responder aos eventos;
    • Ineficiências do mercado: incluem a precificação in-correta e a tomada de decisão não racional.
    Economia compartilhada

    Expressão genérica que abrange vários significados, sendo frequentemente usada para descrever atividades humanas voltadas à produção de valores de uso comum. Essas atividades são baseadas em novas formas de organização do traba-lho (mais horizontais que verticais), na mutualização dos bens, espaços e instrumentos (com ênfase no uso e não na posse), na organização dos cidadãos em redes ou comunidades, e que geralmente são intermediadas por plataformas de internet.  Na origem, a expressão era empregada pela comunidade open-source para se referir ao compartilhamento do acesso a bens e serviços com base em processos colaborativos peer-to-peer, mas, atualmente, a expressão tem sido utilizada para descrever transações comerciais realizadas via mercados bilaterais online (em inglês two-sided markets), incluindo o varejo eletrônico (B2C), que visam lucro. Segundo uma definição mais acadêmica, economia de compartilhamento é um modelo de mercado híbrido (entre posse e doação) de trocas peer-to-peer. Tais transações são frequentemente facilitadas via serviços online comunitários. Esse tipo de economia foi introduzido por entusiastas de tecnologia, dando início a uma nova forma de consumo, em que as pessoas preferem alugar, tomar emprestado ou compartilhar, em vez de comprar. Essa ideia está ligada ao movimento minimalista que descarta a posse de bens, exceto os essenciais. Essa modalidade de economia, na qual tudo pode ser compartilhado, é totalmente oposta aos valores da sociedade de consumo do século xx, voltada à acumulação de bens.

    Economia criativa

    É o setor econômico formado pelas indústrias criativas (o conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários. O pensamento econômico designa “indústria” como setores e sistemas de produção e consumo de bens ou serviços. Designa-se por “indústrias criativas” as atividades econômicas ligadas à geração ou exploração do conhecimento e da informação. São consideradas indústrias criativas: arquitetura, artes performativas, artes visuais, artesanato e joalheria, cinema, vídeo e audiovisual, design, moda, edição e editoração (publishing), música, publicidade, software, games e entretenimento, televisão e rádio.

    Economia de plataforma

    Atividade econômica e social facilitada por plataformas digi-tais. Termo que nasce do ecossistema crescente de empreendedorismo digital. Plataformas são meios de prestação de novos serviços culturais, governamentais, educacionais, financeiros, industriais, logísticos e comportamentais.  A plataforma é estruturada em modelos de economia comportamental, baseado na “não-posse” de ativos, ou na mínima posse.  Para isso, operam de forma híbrida: territorialmente, reorganizam setores e cadeias produtivas, e digitalmente orientam os usuários tomarem decisões a partir de opções de ação estruturadas em um ecossistema de tecnologias e parceiros.

    Economia de dados

    Conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção, distribuição, comércio e consumo de dados.

    Economia solidária

    É definida como o “conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão.” Compreende uma variedade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.Trata-se de uma forma de organização da produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano e não do capital, caracterizada pela igualdade.

    Ecossistema

    Sistema complexo e dinâmico de comunidades de vegetais, animais e microorganismos e seu ambiente não vivo, interagindo como uma unidade funcional. No contexto da transformação digital e inovação o termo foi adaptado e utilizado para descrever um conjunto de relações de pessoas e instituições que desenvolvem tecnologia e inovam.

    Ecossistema digital

    Refere-se ao conjunto de relações de pessoas e instituições que desenvolvem tecnologia e inovam. O conceito de ecossistema digital foi apresentado em 2002 por um grupo de pesquisadores e profissionais europeus, que aplicaram a noção geral de “ecossistema” para modelar, em mercados competitivos e fragmentados como o europeu, o processo de adoção, desenvolvimento de produtos, serviços e tecnologias baseadas em tecnologias da informação e comunicação. A metáfora “ecossistema digital” e seus modelos foram aplicados a uma série de áreas de negócios relacionadas à produção e distribuição de produtos e serviços baseados em uso intensivo de conhecimento, incluindo o ensino superior. Resumidamente, um ecossistema digital é um sistema socio-técnico distribuído, adaptativo e aberto, com propriedades de auto-organização, escalabilidade e sustentabilidade inspiradas em ecossistemas naturais. Os modelos ecossistêmicos digitais são informados pelo conhecimento dos ecossistemas naturais, especialmente nos aspectos relacionados à competição e colaboração entre diversas entidades.

    E-GOV

    Também conhecido como “governo eletrônico”. Refere-se ao uso das tecnológicas de informação e comunicação (tics) para democratizar o acesso à informação, expandir e intensificar a mediação da relação governo/cidadão, ampliar o debate e a participação popular na construção das políticas públicas, aprimorar a qualidade dos serviços e informações públicas prestadas, melhorar o gerenciamento interno do estado e integrar parceiros e fornecedores do governo (portais de internet, fóruns, publicação de bancos de dados, sistemas de informação, aplicativos e software, etc.).

    Equipamentos públicos

    Consideram-se equipamentos públicos urbanos as instalações e espaços de infraestrutura urbana destinados aos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de águas pluviais, disposição e tratamento dos resíduos sólidos, transporte público, energia elétrica, rede telefônica, gás canalizado e congêneres.  Consideram-se equipamentos públicos comunitários as instalações e espaços de infraestrutura urbana destinados aos serviços públicos de educação, saúde, cultura, assistência social, esportes, lazer, segurança pública, abastecimento, serviços funerários e congêneres.

    E-services

    Aplicação de tics em diferentes áreas para facilitar a prestação de serviços, mediados pela tecnologia da informação (comércio eletrônico, atendimento ao cliente/cidadão, etc.). Empresas e órgãos públicos são os provedores de serviços, e clientes, cidadãos e outras empresas são os receptores; o canal de prestação/entrega de serviços é o dispositivo conectado à internet.

    Esquemas econômicos autogeridos

    São arranjos produtivos cooperativos e alternativos para geração de valor econômico, onde a tomada de decisão está nas mãos dos próprios operadores/trabalhadores. Isto é, quando membros têm autonomia para planejar e executar as tarefas.

    Estação rádio-base

    Estações rádio-base (ERB) são equipamentos que fazem a conexão entre os telefones celulares e a companhia telefônica, ou mais precisamente a central de comutação e controle (CCC). Comumente são chamadas de “antenas de celular” e sua presença na paisagem urbana é crescente, seja na cobertura de edifícios, seja em torres metálicas alocadas em lotes individuais. ERB ou “cell site”: É a denominação dada em um sistema de telefonia celular para a estação fixa com que os terminais móveis se comunicam. A ERB está conectada a uma central de comutação e controle (CCC) que tem interconexão com o serviço telefônico fixo comutado (STFC) e a outras CCC’s, permitindo chamadas entre os terminais celulares e deles com os telefones fixos comuns. Uma ERB é tipicamente composta de: 

    • Local de implantação: cobertura de prédio, lote urba-no individual ou margem de rodovia;
    • Infraestrutura para a instalação de equipamentos de telecomunicação: rede elétrica, máquinas de climatiza-ção e gerador de energia;
    • Torre metálica para colocação de antenas de comuni-cação com os terminais móveis (smartphones) e enla-ce de rádio para a CCC.
    Ethics by design

    É um conceito emergente no setor de software, em que princípios éticos são incluídos num determinado sistema no nível da programação ou no arranjo de comportamentos orques-trado pelas interfaces digitais. A inteligência artificial é um exemplo de caso em que é necessário embutir a ética no código. No futuro próximo serão testadas novas aplicações de inteligência artificial (IA) tomando decisões e atuando no mundo, com maior nível de autonomia, em muitas áreas de aplicação, incluindo domínios como transporte, finanças, saúde, educação, segurança pública e entretenimento. No entanto, para que o benefício potencial de ai seja pleno, é preciso ir além de aprimorar os algoritmos de busca e aumentar o poder computacional ou as capacidades de resolução. É preciso haver certeza de que essas tecnologias estão alinhadas com valores morais e princípios éticos. A IA terá que se comportar de uma maneira que seja benéfica para as pessoas, além de atingir metas funcionais e endereçar questões técnicas.

    Ética digital

    A ética digital é um movimento transformacional de sociedade, governos e empresas que busca diagnosticar tendências tecnológicas correntes, bem como antecipar impactos futuros de novas tecnologias sobre o meio ambiente, sobre as formas democráticas da política, sobre as práticas so-ciais, em correspondência com as mutações da moral e do comportamento públicos. A ética digital é uma prática fundamental para a gestão dos múltiplos riscos de segurança da informação, vigilância, governança de dados, dependência química de infotenimento e poluição ambiental. Sua aplicação tem um campo vasto, que vai desde formulações no âmbito das ciências humanas - com revisão profunda do sistema legal - até aplicações objetivas na programação de softwares, design de produtos e cadeia produtiva.

    Experimentação

    O conceito de “experimentação” é central para a implementação de processos de transformação política, cultural, institucional e ambiental decorrentes dos impactos e da expansão de sistemas de base digital em todos os âmbitos da vida contemporânea. Processos experimentais são maneiras de se testar novas soluções tecnológicas, novas metodologias, novos arranjos de governança, novos serviços, permitindo avaliações de riscos e impactos de forma mais dinâmica e flexível, bem como permite o monitoramento e interação em tempo real com atores e ambientes de teste. Frequentemente processos de experimentação são implementados em ambientes reais. Por exemplo, experimentos com “acalmamento de tráfego”  (que visa à diminuição das mortes decorrentes de acidentes automobilísticos) podem ser testados por meio do uso, em vias de circulação de veículos e pedestres, de dispositivos leves e de baixíssimo custo, como cones de trânsito, pintura de faixas e placas. Uma vez avaliados os resultados da intervenção experimental, a tomada de decisão sobre investimentos em mudanças estruturais é feita a partir de evidências de que a solução ora adotada trará os resultados esperados. No entanto, a noção de “experimentação” deman-da os mais altos padrões éticos dos responsáveis por sua implementação. Exige engajamento de todos os direta e indiretamente envolvidos, bem como transparência no acesso aos dados resultantes do processo. Processos experimentais estão sendo implementados em diversos níveis do governo, entre os diferentes poderes, e nos níveis municipais. Final-mente, o processo de experimentação tradicionalmente esbarra em questões legais, uma vez que um processo amplo de experimentação urbana e social atravessa o campo jurídico e tensiona os códigos vigentes, despreparados para regular uma sociedade que se reorganiza em “tempo real”. Por exemplo, hoje fala-se em “legislação experimental”. Como explica Ranchordás, esta noção se refere a “normas jurídicas primárias (leis formais) ou secundárias (atos administrativos regulatórios) que introduzem mudanças desviantes em relação a um determinado padrão normativo por um determinado período de tempo, para um grupo delimitado de cidadãos ou território, normas essas que estão sujeitas a avaliação periódica ou final”. Essa legislação experimental pode ter efeito sobre contratações de servidores / consultores, sobre aquisição de equipamentos, sobre a criação de “zonas especiais”, sobre os direitos e deveres dos envolvidos no processo, entre outros efeitos.

  • F

    Função social da propriedade

    A função social da propriedade consta da constituição. Define a responsabilidade do proprietário, que deve legalmente fazer uso consciente da propriedade e dos recursos naturais que nela houver. O poder público impõe ao proprietário condutas a fim de que a propriedade atenda ao interesse coletivo. Terrenos ou edificações ociosos em área urbana não atendem à sua função social.

  • G

    Geoprocessamento

    O geoprocessamento é o processamento informatizado de da-dos georreferenciados (com localização geográfica).O georreferenciamento de uma imagem ou um mapa ou qualquer outra forma de informação geográfica é o processo de obtenção de informações geograficamente contextualizadas, em função de suas coordenadas em um dado sistema de referência. Um sistema de informação geográfica (SIG), também conhecido como gis (acrónimo/acrônimo inglês de geographic informa-tion system), é um sistema de hardware, software, informação espacial, procedimentos computacionais e recursos humanos que permite e facilita a análise, gestão ou representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem. SIG são sistemas constituídos por um conjunto de programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido. Esse processo é crucial para que a tomada de decisão por gestores de projeto ou administradores de or-ganizações sejam baseadas em evidências.

    Gig Economy

    A chamada “gig economy”, traduzida livremente por “bico” ou “trabalho-sob-demanda”, ou “trabalho temporário”, refere-se às a parcela considerável de trabalhadores que buscam ocupação em plataformas de software (comumente chamados de “aplicativos”) que operam a “economia de compartilhamento” (ex: uber, 99, airbnb, ifood e similares). Esse tipo de trabalho ocorre em ambientes urbanos, muitas vezes de forma desregulamentada por autoridades municipais. Uma característica fundamental desta nova modalidade de recrutamento profissional é que o risco da operação – seja de entrega, locação, atendimento – é transferida da organização para o indivíduo. A gig economy é um fenômeno derivado da ampla reestruturação conceitual e prática pela qual a noção de “emprego” e “desemprego” vem passando. O fenômeno da “gig economy” é reflexo de alguns fatores: o crescimento do setor de serviços; a desregulamentação do trabalho; a obsolescência das aptidões profissionais de significativas porções da  sociedade; a falta de formação educacional e ausência de oportunidades de ingresso no mercado de trabalho do segmento da população jovem vulgarmente denominado “nem-nem” (nem estuda e nem trabalha); a disseminação do uso de smartphones; a presença de redes de telecomunicações nos maiores centros urbanos; a disponibilidade de planos de internet móvel de baixo custo.

    Governança Algorítmica

    Os algoritmos são um dos dispositivos de modelagem fundamentais da experiência digital cotidiana. Segundo doneda e almeida (2016), já foram identificados na literatura alguns riscos que o uso dos algoritmos pode trazer para a sociedade, tais como manipulação, viés, censura, discriminação social, violações da privacidade e dos direitos proprietários, abuso do poder de mercado, efeitos sobre as capacidades cognitivas e uma crescente heteronomia (que é o oposto de “autonomia”). É preciso considerar um processo de governança para os algoritmos com vistas a tratar desses riscos. Neste contexto, uma governança dos algoritmos poderia variar desde os pontos de vista jurídico e regulatório até uma postura puramente técnica. Ela costuma priorizar a responsabilização, a transparência e as garantias técnicas. A escolha da abordagem de governança pode basear-se em fatores tais como a natureza do algoritmo, o contexto em que ele existe ou uma análise de risco. Quando se opta por uma abordagem de governança, esta deve buscar geralmente uma redução dos problemas causados pelos algoritmos. Ela deveria tentar preservar a sua eficácia e reduzir os resultados indesejáveis. Algumas ferramentas de governança não agem sobre o algoritmo, mas sim sobre os dados que eles precisam para funcionar. Isso se aplica a algumas das ferramentas que já estão presentes na legislação de proteção de dados que, em alguns países, incluem medidas relativas à transparência e à razoabilidade, aplicáveis diretamente aos algoritmos e às plataformas que dão suporte ao seu funcionamento. Por exemplo, a premissa que as decisões automatizadas devem basear-se em critérios transparentes costuma estar presente em algumas leis de proteção de dados. O mesmo ocorre com o direito de solicitar revisão humana para as decisões tomadas automaticamente. Um conjunto de órgãos de supervisão é necessário para estruturar e implementar a governança dos algoritmos sobre uma variedade de instrumentos. Fica evidente que não existe uma solução única para todos os casos. A importância dos algoritmos é reconhecida e seu desempenho examinado em numerosos contextos. Mesmo assim, muito do que constitui os “algoritmos”, além de sua ampla definição, como “procedimentos codificados para transformar dados de entrada em uma saída desejada, com base em cálculos especificados” (Gillespie, 2013), muitas vezes não é submetido a um escrutínio mais amplo. É preciso ampliar a discussão sobre “o que os algoritmos fazem” e de que maneiras eles são artefatos de governança. A questão da relação entre algoritmos e as demais regras da sociedade provavelmente ocupa um papel cada vez mais central no estudo e na prática da governança da internet, tanto em termos da regulação de algoritmos por instituições quanto da regulação algorítmica da sociedade.

    Governança de baixo para cima

    Modelos organizacionais que buscam estimular a inovação e a tomada de decisão em um ambiente participativo que privilegia o capital intelectual e o compartilhamento de ideias; estimula a colaboração e o engajamento por gerar um sentimento de pertencimento. Pode ser prejudicada pela ausência de um plano bem elaborado de gestão de competências e reconhecimento por mérito.

    Governança de dados

    A governança de dados é hoje um elemento fundamental de qualquer política pública e de relacionamento entre cidadãos e empresas. A criação da lei geral de proteção de dados (LGPD), estruturou um novo mercado de informação e uma série de exigências de conduta comercial ética estão balizando o manejo de dados públicos e individuais, como por exemplo critérios para coleta, armazenamento e compartilhamento de da-dos de cidadãos. Segundo o governo federal, a “governança de dados é a gestão de dados na esfera de alto nível, ou seja, é o exercício de autoridade e controle, relacionado ao planejamento, monitoramento e execução, sobre a gestão de ativos de dados de modo a promover a interoperabilidade das informações, meios de análise de políticas públicas e serviços digitais mais simples e ágeis ao cidadão, organizações e empresas.” 

    Governo Eletrônico

    Ver “e-gov”.

    GPS

    O sistema de posicionamento global, conhecido pela sigla GPS (em inglês global positioning system), é um mecanismo de posicionamento por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a sua posição, assim como o horário, sob quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na terra; desde que o receptor se encontre no campo de visão de pelo menos três satélites GPS (quatro ou mais para precisão maior). O sistema consiste em uma “constelação” de 24 satélites. Os satélites GPS, construídos pela empresa rockwell, foram lançados entre fevereiro de 1978 e 6 de novembro de 1985. Cada um circula a terra duas vezes por dia a uma altitude de 20.200 Quilômetros (12.600 Milhas) e a uma velocidade de 11.265 Quilômetros por hora (7.000 Milhas por hora), de modo que, a qualquer momento, pelo menos quatro deles estejam “visíveis” de qualquer ponto da terra. Encontram-se em funcionamento dois desses sistemas: o GPS americano e o GLONASS (versão russa). Existem também dois outros sistemas em implementação: o Galileo, da união europeia, e o compass chinês.

  • H

  • I

    Identidade Digital

    A identidade digital é a representação digital dos dados relacionados com uma pessoa, empresa, sistema, máquina, acessível através de dispositivos computacionais. A identidade digital pode incluir dados biográficos (que apresentam registro de informações históricas como nome, endereço, número da segurança social, números de conta, palavras-chave, etc.) Ou biométricos (que apresentam registro de características físicas ou comportamentais das pessoas como forma de identificá-las unicamente). Ou seja, abrange um conjunto de informações atualizadas, organizadas e codificadas em meios informáticos. A identidade digital, se for devidamente implementada, pode proporcionar mais segurança e diminuir os custos e riscos de roubos de identificação. No entanto, uma maior adoção de sistemas de identificação digital podem representar um aumento nos riscos de crimes cibernéticos e maior controle de estados e corporações sobre a vida pública e o cidadão.

    Imposto digital

    Instrumento fiscal em discussão na união europeia. Estão sendo propostas novas regras para garantir que negócios digitais sejam taxados de forma justa e que favoreçam o crescimento econômico. Um dos conceitos propostos é que lucros gerados em um determinado território devem ser taxados ali, mesmo se a companhia não tiver endereço naquele país. Um outro instrumento proposto é a taxação de lucros provenientes de:

    • Venda de espaços de anúncio online;
    • Intermediação digital que permite que usuários intera-jam com outros usuários para facilitar a venda de bens ou serviços entre eles;
    • Venda de dados gerados a partir de informação provida por usuários.
    Inclusão digital

    Inclusão digital é o processo de ampliação e democratização do acesso às tecnologias da informação - à internet rápida e de qualidade - de modo a expandir a inserção qualitativa de todas as camadas da sociedade aos processos produtivos contemporâneos baseados no conhecimento e na criatividade. Inclusão digital implica o usufruto de ambientes digitais por cidadãos para melhoria das condições gerais, por exemplo para busca de oportunidades de emprego e de aprendizagem, através dos novos meios de comunicação. A inclusão digital, resumidamente, depende de três elementos básicos: o acesso à rede de comunicação (com conexão local, via cabo ou via link de rádio - satelital ou antena de telefonia); o dispositivo para conexão (um computador ou um smartphone, ou qualquer dispositivo que permita conectividade); e finalmente o domínio dessas ferramentas - aquilo que se chama de “letramento digital”. O mero acesso à conexão não realiza por si só a inclusão digital. O cidadão precisa desenvolver habilidades que o permita desempenhar uma miríade de atividades. Entre as estratégias inclusivas estão projetos e ações, tais como telecentros, wifi público, redes de banda larga comunitária, programas específicos para portadores de necessidades especiais, letramento digital, entre outros. As desigualdades relativas às formas de acesso à comunicação digital são de diversas naturezas. Para endereçar tal fenômeno é necessário levar em conta as desigualdades socioespaciais.

    Nesse sentido, políticas públicas de inclusão social devem ser multidimensionais.

    Indústria 4.0

    Conceito industrial de origem alemã. Aliança industrial para transformação das formas de produção, baseada em uso intensivo de tecnologias da informação e comunicação. O conceito pode ser entendido como uma orquestração de diversas tecnologias, orientada por quatro fundamentos: interconexão, transparência na informação, assistência técnica e decisões descentralizadas. Todo o processo é informado por abundância de dados e análise de dados. Os propulsores da indústria 4.0 São:  digitalização e integração vertical e horizontal de cadeias de valor; digitalização da oferta de produtos e serviços; modelos de negócio digitais; e acesso do cliente.

    Indústria digital

    Entende-se por “indústria digital” o setor industrial conformado por produtores de hardware, software e serviços digitais, a saber, fabricantes de componentes, chips, microprocessa-dores, celulares, aplicativos, plataformas sociais, etc.

    Infraestrutura de conectividade

    São as redes globais de telecomunicações de alta velocidade, compostas de ramais de fibra óptica, antenas de telefonia móvel, centros de processamento de dados (data centers), satélites, pontos de troca de tráfego, sensores, atuadores, dispositivos e terminais eletrônicos conectados. Faz parte dessa infraestrutura o arcabouço jurídico/regulatório desses sistemas, que são regulados em nível nacional pela anatel e em nível global pela união internacional das telecomunicações.

    Inovação

    Inovação, literalmente, é “criar o novo”. Apesar da simplici-dade desta definição, processos de inovação são extremamente complexos e não-lineares. Dependem, essencialmente, de uma constelação diversificada e contextualizada de fatores motivadores e impulsionadores, de condições sociais adequadas do ponto de vista educacional, cultural e material; de abertura e proteção legislativa, de mecanismos amplos de financiamento continuado, de robusta e permeável infraestrutura acadêmica para formação e atração de capital intelectual. Bem como podem depender de diretrizes políticas claras, metodologias e governança capacitada a criar as macro-condições necessárias para o surgimento de ideias, novos comportamentos, produtos, tecnologias, e sistemas, entre outros. Não é incomum a confusão entre tecnologia e inovação, assim como também se confunde inovação e eficiência. Embora tecnologia e eficiência incremental possam surgir em processos de inovação, política industrial de inovação (geralmente ligada à noção de produtividade, eficiência e corte de gastos), é algo distinto da ideia de inovação em si, que é algo que surge em combinação com a arte (a liberdade de criação), a educação (a transformação individual e coletiva) e a antropologia (o conhecimento aprofundado das práticas rotineiras e valores culturais de grupos humanos) e que pode transformar sociedades inteiras sem necessariamente estarem implicadas a um propósito mercadológico. Um bom exemplo desse caráter disruptivo, inesperado e emergente da inovação é o protocolo WWW, criado por Tim Berners-Lee em 1989, para coordenar a análise coletiva de uma vasta amostragem de dados por uma comunidade de físicos de partículas. O impacto desta invenção, suas consequências não foram previstas por seu criador. No caso de inovação governamental, podemos entender “inovação” como um processo de transformação organizacional integral, com objetivos de aprimoramento de processos e incremento da capacidade de o estado diagnosticar, interagir e atender ampla e democraticamente a sociedade.

    Inteligência artificial

    Área da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou multipliquem as capacidades humanas de resolver problemas. Ia é uma tecnologia de “aprendizagem de máquina”, cujas aplicações são de amplo espectro em ambientes urbanos.  Uma definição deste conceito é a habilidade de um sistema de interpretar corretamente dados externos, aprender com esses dados e usar esse aprendizado para alcançar objetivos e tarefas específicas em cenários reais dinâmicos e caóticos.  Em outras palavras, ia são softwares capazes de analisar grandes quantidades de dados, capazes de aprender com os resultados dessas avaliações e decidir como usar esse conhecimento para refinar continuamente e interferir em tempo real em sistemas e processos futuros em cenários reais.

    Internet

    Rede global de computadores interligados via infraestrutura de telecomunicações. A internet foi inventada na década de 1960 pelo DARPA, braço de pesquisa avançada do departa-mento de defesa dos EUA, em parceria com instituições acadêmicas.

    Internet das coisas (IOT)

    É a infraestrutura que interconecta objetos de diferentes usos (coisas) à rede digital para prestar serviços na vida cotidiana, na indústria, nos setores urbanos, etc. Os objetos usam sensores e softwares eletrônicos para coletar e transmitir dados pela internet (plano nacional de internet das coisas). Ou seja, é a rede de dispositivos incorporados a softwares eletrônicos, sensores e conectividade de rede que permite que esses objetos coletem e troquem dados e interajam entre si, com outras máquinas e com indivíduos.  O conceito de “internet das coisas” origina-se na telemática, que é a forma como máquinas e sistemas se comunicam entre si, e sua arquitetura geral insere-se na perspectiva ampla da computação ambiental – ou computação ubíqua.

    Interoperabilidade

    Definido como a capacidade de sistemas trabalharem em conjunto para a troca eficaz de informações. Interoperabilidade é tanto a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar com outro sistema (semelhante ou não), quanto um processo de “compatibilização” entre diferentes maneiras de produzir e disponibilizar conhecimento, de modo a permitir que sistemas distintos funcionem em sincronia. Seja em portais de governo, seja em sistemas educacionais, para um sistema ser considerado interoperável, ele deve adotar padrões abertos que permitam a evolução incremental dos sistemas. Existem variadas noções de interoperabilidade, que vão desde o nível informático, na forma de organização de dados, até a linguagem adotada por distintas comunidades que formam uma sociedade. 

    Intramunicipal

    Refere-se ao que se faz ou se situa dentro dos limites administrativos de um município.

    Exemplo: “o contrato para determinado tipo de transporte permite apenas rotas intramunicipais.”

    Intraurbano

    Refere-se à dinâmicas sociais e econômicas internas ao espaço urbano. Isto é contidas dentro da mancha urbanizada, independentemente de limites administrativos. O conceito é utilizado para endereçar questões concernentes à escala local, aos serviços e comércios que impactam a vida urbana - conscientemente evitando avaliações dos efeitos da dimensão regional do fenômeno urbano.Outro modo de entender o termo é admitir a mancha urbanizada como recorte espacial, caracterizado por um conjunto e densidade de infraestruturas e dinâmicas socioeconômicas, onde é possível a realização de análises e estudos de impactos macroeconômicos sobre a vida urbana cotidiana. Segundo o urbanista flávio villaça, a rigor não há distinção entre “espaço urbano” e “espaço intraurbano”. Este termo, segundo o autor, ainda é carente de maior precisão conceitual.

    ITU (International Telecommunication Union)

    A união internacional de telecomunicações é uma agência da organização das nações unidas (ONU) cujo objetivo é coordenar operações e serviços de telecomunicações em todo o mundo. Originalmente fundada em 1865, como a união internacional de telégrafos, a itu é a mais antiga organização internacional existente. A sede da uit está em genebra, na suíça. A ITU consiste em três setores:

    • Radiocomunicação (itu-r): garante o uso ideal, justo e racional do espectro de radiofrequência (rf);
    • Padronização de telecomunicações (itu-t): formula recomendações para padronizar as operações de telecomunicações em todo o mundo;
    • Desenvolvimento de telecomunicações (itu-d): auxilia países no desenvolvimento e manutenção de operações de comunicação interna. 

    A ITU define e publica regulamentações e padrões relevantes para as tecnologias de comunicação e transmissão eletrônica de todos os tipos, incluindo rádio, televisão, satélite, telefone e internet. A organização realiza grupos de trabalho, grupos de estudo e reuniões para abordar questões atuais e futuras e para resolver disputas. A itu organiza e realiza uma exposição e fórum conhecido como global telecom a cada quatro anos. Outro aspecto importante do mandato da uit é ajudar os países emergentes a estabelecer e desenvolver sistemas de telecomunicações próprios. Embora as recomendações da itu não sejam vinculativas, a maioria dos países adere a elas no interesse de manter um ambiente de comunicação eletrônica internacional eficaz.

  • J

  • K

  • L

    LAN (Local area network)

    Uma rede local (LAN) é uma rede de computadores que interconecta computadores dentro de uma área limitada, como por exemplo uma residência, escola, laboratório, campus universitário ou prédio de escritórios. Ethernet e wi-fi são as duas tecnologias mais comuns em uso para redes locais.

    Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais

    A lei geral de proteção de dados pessoais (LGPD ou LGPDP), lei no 13.709/2018, É a legislação brasileira que regula as atividades de tratamento de dados pessoais. A legislação se fundamenta em diversos valores, como o respeito à privacidade; à autodeterminação informativa; à liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; à inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; ao desenvolvimento econômico e tecnológico e à inovação; à livre iniciativa, livre concorrência e defesa do consumidor e aos direitos humanos, liberdade e dignidade das pessoas. Seu texto determina que todos os dados pessoais (informação relacionada à pessoa natural identificada ou identificável, como nome, idade, estado civil, documentos) só podem ser coletados mediante o consentimento do usuário.

    Letramento digital

    Significa o domínio de técnicas e habilidades para acessar, interagir, processar e desenvolver multiplicidade de competências na leitura das mais variadas mídias. Um indivíduo precisa ter capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente informação disponibilizada eletronicamente e ter familiaridade com as normas que regem a comunicação com outras pessoas através de sistemas computacionais. Também diz respeito às práticas sociais de leitura e produção de textos em ambientes digitais, isto é, ao uso de textos em ambientes propiciados pelo computador ou por dispositivos móveis, tais como celulares e tablets, em plataformas como e-mails, redes sociais na web, entre outras. Ser letrado digital implica saber se comunicar em diferentes situações, com propósitos variados, nesses ambientes, para fins pessoais ou profissionais. Uma situação seria a troca eletrônica de mensagens, via e-mail, sms, whatsapp. A busca de informações na internet também implica saber encontrar textos e compreendê-los, o que pressupõe selecionar as informações pertinentes e avaliar sua credibilidade. Para ser considerado letrado em algo, o indivíduo precisa ser competente para usar a leitura e a escrita em diferentes práticas sociais. Saber usar o computador, bem como smartphones e tablets como ferramentas, é um dos elementos que caracteriza um letrado digital. Mas, para ser letrado digital, é necessário ser, antes, letrado no idioma, para que seja possível manusear as tecnologias de informa-ção e comunicação (tics), utilizá-las de forma consciente e crítica, bem como explorar suas potencialidades.

    Literacia digital

    Designa destreza e uso eficaz de tecnologias digitais, tal como computadores, internet, smartphones, entre outros. Esta destreza implica tanto o conhecimento do funcionamen-to dessas tecnologias, equipamentos, e dos programas e até códigos associados, como, em uma outra linha deste conceito - mais abrangente - um entendimento holístico do sistema de mídias que compõe a dieta informacional de um cidadão.

  • M

    MAN (Metropolitan area network)

    Uma rede de área metropolitana (MAN) é uma rede de computadores que interconecta usuários em uma região geográfica de escala metropolitana. O termo man é aplicado à interconexão de redes locais (LANs) de uma cidade a uma única rede maior, que também pode oferecer uma conexão eficiente com uma rede de longa distância. O termo também é usado para descrever a interconexão de várias redes locais em uma área metropolitana, através do uso de conexões pon-to-a-ponto entre elas.

    Microtargeting

    Termo oriundo do marketing digital político. Também pode ser chamado de “microssegmentação”, amplamente usado em práticas comerciais. Trata-se de técnica de manejo do eleitorado (rastreamento das preferências, valores e crenças de eleitores individuais e identificação de possíveis apoiantes) através do uso de variados meios de comunicação, como mala direta, telefonemas, visitas domiciliares, televisão, rádio, publicidade na web, mensagens eletrônicas por correio eletrônico ou aplicativos de smartphones, entre outros, para se comunicar com os eleitores, criando mensagens para obter apoio para captação de recursos, eventos de campanha e voluntariado. E, eventualmente, para direcionar o eleitorado a votar de determinada forma no dia da eleição. As táticas da microssegmentação baseiam-se na transmissão de uma mensagem personalizada para um subgrupo do eleitorado com base em informações exclusivas sobre esse subgrupo.

    Mudança do clima

    Refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da terra ao longo do tempo, afetando o equilíbrio de sistemas e ecossistemas já estabelecidos por muito tempo. A mudança do clima antropogênica, ou seja, aquela causada pelo homem, está associada ao aumento da emissão de gases de efeito estufa (GEE) por queima de combustíveis fósseis (dos automóveis, das indústrias, usinas termoelétricas), queimadas, desmatamento, decomposição de lixo, etc. Com mais desses gases na atmosfera, maior quantidade de calor vindo do sol fica retido na superfície terrestre, de maneira que o nosso planeta passa a sentir os efeitos do aquecimento global: alterações nos períodos de chuva e seca, maior frequência de tempestades, aumento da temperatura média global, derretimento das calotas polares, aumento do nível do mar... Esses são alguns sinais da mudança do clima. 

  • N

  • O

    Obsolescência percebida (ou perceptiva)

    É uma estratégia em que o consumidor é incitado a ter um novo produto por considerá-lo obsoleto devido ao surgimento 
    de outra versão mais atraente que dá aspecto ultrapassado aos produtos antigos de mesma funcionalidade. Trata-se, portanto, da desvalorização prematura de um produto ou serviço sob o ponto de vista emocional. Pode ser considerada uma subdivisão da obsolescência programada, uma vez que é planejada, contudo a vida útil do produto é encurtada, não por perder sua funcionalidade, mas porque não é mais percebido como tendência. Cita-se como exemplo as gerações anuais de celulares que mudam pequenos detalhes.

    Obsolescência programada

    A obsolescência planejada no design industrial e na economia é uma política de planejar ou projetar um produto com uma vida útil artificialmente limitada, para que se torne obsoleto (ou seja, fora de moda ou não mais funcional) após um certo período de tempo. A lógica por trás dessa estratégia é gerar volume de vendas a longo prazo, reduzindo o tempo entre as compras repetidas (referido como “encurtamento  do ciclo de reposição”). Esse tipo de estratégia costuma ser adotada por oligopólios industriais. É apontada por alguns economistas como uma das principais soluções utilizadas durante a crise de 1929 nos estados unidos para reduzir a taxa de desemprego e aquecer a economia americana. Neste caso, o produto é programado para ter uma vida útil limitada, em que uma falha ou limitação mecânica impede a continuidade de sua utilização, o que exige sua troca após determinado período. Um exemplo são as impressoras que param de funcionar depois de um determinado número de impressões.

    Obsolescência técnica (ou tecnológica)

    Trata-se da obsolescência que faz parte da natureza do desenvolvimento e acontece quando há a introdução de um produto genuinamente aperfeiçoado no mercado. Ou seja, ocorre quando uma tecnologia ou produto, mesmo funcionando e cumprindo sua função, é substituído por um novo, com tecnologia mais avançada e desempenho mais eficiente. Um exemplo são os disquetes e a fita cassete que caíram em desuso.

    Open Banking

    Trata-se da abertura de informações do sistema financeiro a desenvolvedores, em busca de acelerar a inovação tecnológica no setor.

    OTT

    O serviço de mídia over the top (OTT)  é um serviço de mídia de streaming oferecido diretamente aos espectadores pela internet. A OTT contorna plataformas de tv a cabo, transmissão e satélite que tradicionalmente atuam como um controlador ou distribuidor de tal conteúdo. O termo é mais sinônimo de serviços de vídeo sob demanda baseados em assinatura que oferecem acesso a conteúdo de filmes e televisão (incluindo séries existentes adquiridas de outros produtores, bem como conteúdo original produzido especificamente para o serviço), incluindo amazon video, fubotv, hulu, netflix, hotstar, now tv, sling tv, merctv e sky go, bem como uma onda de serviços de televisão “magros” que oferecem acesso a transmissões ao vivo de canais de especialidades lineares semelhantes a um provedor de televisão por satélite tradicional ou fixo, mas transmitidos internet pública, em vez de uma rede privada fechada, com equipamentos proprietários, como decodificadores. Os serviços superiores geralmente são acessados por meio de sites em computadores pessoais, bem como por meio de aplicativos em dispositivos móveis (como smartpho-nes e tablets), players de mídia digital (incluindo consoles de videogame) ou televisões com plataformas de smart tv inte-gradas.

  • P

    Pagamentos por serviços ambientais

    Pagamento por serviços ambientais - PSA é um instrumento de mercado para financiamento da conservação de ativos ambientais. Essa ferramenta busca conservar e promover o manejo adequado por meio de atividades de proteção e de uso sustentável. Essa modalidade econômica considera os princípios do usuário-pagador e provedor-recebedor, pelos quais aqueles que se beneficiam dos serviços ambientais (como os usuários de água limpa) devem pagar por eles, e aqueles que contribuem para a geração desses serviços (como os usuários de terra a montante) devem ser compensados por proporcioná-los.  Para o PSA funcionar deve haver provedores, pessoas engajadas capazes de preservar e manter o serviço ambiental. E também os compradores, pessoas interessadas que irão se beneficiar da proteção de tal serviço, como ONGs, empresas privadas, poder público, pessoas físicas, entre outros. Essa é uma prática voluntária, que também pode ser adotada por empresas que visem melhorar sua imagem ou mesmo por indivíduos que queiram mitigar os impactos de suas ações cotidianas.

    Plataforma

    Plataformas são infraestruturas digitais que facilitam a interação entre dois o mais grupos. Para isso plataformas agem como facilitadoras que conectam diferentes tipos de usuários: clientes, produtores, operadores de serviços, fornecedores, anunciantes, etc. Plataformas são produto de novas estratégias de provimento e distribuição interativa de serviços. Plataformas estão inseridas no contexto macro de “servitização”, ou seja, de uma transformação nas formas de consumo e de relacionamento entre distintas instituições, organizações e cidadãos. São caracterizadas por serem baseadas em dados produzidos e processados em tempo real por meio de dispositivos eletrônicos conectados à internet e por formarem comunidades de usuários vulgarmente denominadas “redes sociais”.  Plataformas podem ter diversas destinações, podendo ser repositórios de informação, softwares de dados geoespaciais, sistemas de aquisição e distribuição otimizada de mercadorias (por exemplo, comércio eletrônico), bem como sistemas de ensino à distância. No caso de governos, plataformas podem ser confundidas com conceitos como e-gov, onde a mediação local com cidadãos é progressivamente substituída por auto-atendimento remoto, permitindo ao governo maior capilarização de suas políticas, bem como a visualização em tempo real de estatísticas relevantes para o aprimoramento contínuo de metodologias e estratégias de governança social.

    Privacy by design

    O termo “privacidade por design” significa nada mais do que “proteção de dados por meio de design de tecnologia”. Por trás disso está o pensamento de que a proteção de dados nos procedimentos de processamento de dados é melhor adotada quando já está integrada na tecnologia. No entanto, ainda há incerteza sobre o que significa “privacidade por design” e como se pode implementá-la.

  • Q

  • R

    Rede Ipê

    A rede ipê é uma infraestrutura de rede internet voltada para a comunidade brasileira de ensino e pesquisa. Nela conectam-se as principais universidades e institutos de pesquisa do país, beneficiando-se de um canal de comunicação rápido e com suporte a serviços e aplicações avançadas. Baseada em tecnologia de transmissão óptica, a rede ipê está entre as mais avançadas do mundo e possui conexão com redes acadêmicas estrangeiras, tais como clara (américa latina), internet2 (estados unidos) e géant (europa).

    Resíduos eletrônicos

    O lixo eletrônico é definido como qualquer objeto com um plugue, cabo elétrico ou bateria (incluindo equipamento elétrico e eletrônico). De torradeiras a escovas de dentes elétricas, smartphones, geladeiras, laptops e televisores LED que che-garam ao fim de sua vida útil, assim como os componentes desses produtos, tudo isso se constitui em lixo eletrônico. O lixo eletrônico também é chamado de resíduo elétrico ou equipamento eletrônico. Atualmente, poucos países têm uma maneira uniforme de medir esse desperdício. O lixo eletrônico vem de muitas fontes, incluindo residências, empresas e governos. Pode conter metais preciosos como ouro, cobre e níquel, bem como materiais raros de valor estratégico, como índio e paládio. Muitos desses metais podem ser recuperados, reciclados e utilizados como matérias-primas secundárias para novos bens. O desafio é a incrível complexidade de fazer isso; um produto pode ser composto por mais de 1.000 Substâncias diferentes. O lixo eletrônico pode representar 2% dos fluxos de resíduos sólidos, mas pode representar 70% dos resíduos perigosos que acabam em aterros. Até 60 elementos da tabela periódica podem ser encontrados em eletrônicos complexos como os smartphones, e muitos deles são tecnicamente recuperáveis.

    Resiliência

    É a capacidade de resistir e se recuperar de uma situação adversa. É a aptidão de uma organização para se adaptar em um ambiente complexo e mutável. Uma cidade resiliente é capaz de se preparar, resistir, absorver, acomodar, adaptar, transformar, recuperar e se reconstruir dos efeitos das catástrofes e choques de uma forma eficiente através da preservação e manutenção de estruturas e serviços de forma sustentável e através de práticas de gestão de risco.A resiliência urbana tem sido convencionalmente definida como a “capacidade mensurável de qualquer sistema urbano, incluindo-se seus habitantes, de manter sua continuidade operacional durante choques, tensões e emergências, enquanto se adapta e se transforma positivamente em direção à sustentabilidade”. Portanto, uma cidade resiliente é aquela que avalia, planeja e age para se preparar e responder a ameaças repentinas, de início lento, esperados e inesperados, naturais e/ou causados pela sociedade. A discussão acadêmica sobre resiliência urbana concentrou-se principalmente em três ameaças distintas; mudanças climáticas, desastres naturais e terrorismo. A resiliência a essas ameaças foi discutida no contexto social, bem como dos aspectos materiais do planejamento urbano. Estratégias de resiliência tendem a ser concebidas em termos de contraterrorismo,  desastres (terremotos, incêndios florestais, tsunamis, inundações costeiras, erupções solares, etc.), Bem como da adoção de novas tecnologias e novas infraestruturas de energia, mobilidade e comunicação sustentáveis.

  • S

    Segurança cibernética

    É a proteção de sistemas interconectados via internet, incluindo hardware, software e dados, contra-ataques cibernéticos de agentes maliciosos. Segurança cibernética requer coordenação de esforços ao longo de todo um sistema de informação: segurança de aplicações; segurança da informação; segurança de rede; recuperação de desastres; segurança operacional e educação do usuário final.

    Sensoriamento ambiental

    Concerne os processos e atividades de monitoramento da qualidade do ambiente. O monitoramento ambiental é usado na avaliação em tempo real de sistemas ambientais urbanos (trânsito, chuvas, ar, etc). As estratégias e programas de monitoramento são planejadas para estabelecer o status atual de um ambiente ou para estabelecer tendências em parâmetros ambientais.  O monitoramento ambiental é uma prática habilitada por sensores e assim se torna uma atividade central na articulação da sustentabilidade e eficiência da gestão de cidades. O sensoriamento ambiental urbano envolve processos de monitoramento contínuo. O propósito de gerar dados urbanos através de processos de sensoriamento é facilitar a regulação de dinâmicas urbanas dentro de um ciclo contínuo “humano-máquina” de “sentir” e atuar, de modo que a responsividade de cidades sustentáveis   conectadas pode ser alcançada através de ação humana coordenada, atuação automatizada de máquinas e sistemas, ou alguma combinação dos dois. Pessoas podem participar na cidade sensorizada através de dispositivos móveis e plataformas, mas a coordenação entre processos urbanos “manuais e automatizados” se desenrola dentro de ambientes programados, que organizam os inputs e outputs de seres humanos e máquinas.

    Serviços digitais

    Ver "E-services".

    Serviços ecossistêmicos

    São benefícios que as pessoas obtêm da natureza. A natureza presta serviço para as pessoas quando faz chover regularmente e repõe a oferta de água para uso humano, das indústrias, da agricultura; quando os insetos e outros animais polinizam plantas e possibilitam os frutos dos quais depende boa parte da produção de alimentos; ou quando corais e manguezais funcionam como barreiras que detêm o avanço do mar sobre as áreas costeiras e ilhas. Estes serviços, diretos ou indiretos prestados pela natureza, chamamos de serviços ecossistêmicos. Na avaliação ecossistêmica do milênio (AEM) de 2005 são classificadas quatro categorias de serviços ecossistêmicos: provisão, regulação, culturais e de suporte (ou de apoio ou habitat). Iniciativas e sistemas mais recentes, como a plataforma intergovernamental da biodiversidade e serviços ecossistêmicos (IPBES) e a iniciativa classificação internacional comum dos serviços ecossistêmicos (CICES), usam três categorias: provisão, regulação e culturais.

    Sistemas de Informação Geográfica (SIGS)

    Conjunto de hardware, software, informação espacial (dados), procedimentos computacionais e recursos humanos operando com o objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido; os SIGs permitem e facilitam a visualização, análise, gestão e representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem, sendo importante ferramenta de apoio à tomada de decisão.

    Sistema Socioecológico

    Interação entre ecossistemas e pessoas, em que os ecossistemas e as pessoas dependem um do outro, se apoiam e evoluem juntos.

    Smart Grid

    Sistemas de gestão de recursos energéticos distribuídos, como uma malha inteligente. O conceito propõe a integração de todas as fontes energéticas em uma rede digital territorialmente distribuída que permita a regulação da oferta e da demanda. O monitoramento da rede elétrica em tempo real permite a identificação e influência de contextos de consumo, onde o custo da energia pode variar ao longo do dia não apenas em função de localização e horário, como também de uma base de mobilidade eletrificada.

    Smartphone

    Aparelho eletrônico de comunicação pessoal multimídia conectado à infraestrutura global de conectividade via link de rádio. Congrega, além da função de comunicação interpessoal, capacidades de geolocalização e sensoriamento individual e ambiental.

    Sociobiodiversidade

    Relação entre a diversidade biológica e a diversidade de sistemas sociais, culturais e econômicos de populações rurais e povos tradicionais.

    Software livre

    Software livre é o software que concede liberdade ao usuário para executar, acessar e modificar o código fonte, e redistribuir cópias com ou sem modificações. Essa definição é estabelecida pela free software foundation (fsf).Segundo a definição criada por Richard Stallman, fundador da fsf, software livre é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição.É permitido comercializar software livre, entretanto as mesmas liberdades são válidas para o comprador. O termo “código aberto” (open source, do inglês), assim como definido pela open source initiative, não abrange as mesmas liberdades que o software livre, que não se refere apenas ao acesso ao código fonte. Assim, todo software livre é código aberto, mas nem todo código aberto é software livre. É importante destacar que software livre não equivale a software gratuito, já que o “livre” do termo não remete somente à dispensa de relações comerciais. Para a fsf, um software é “livre” quando atende a quatro tipos de liberdade para os usuários:

    • A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito;
    • A liberdade de estudar o programa, e adaptá-lo para as suas necessidades;
    • A liberdade de redistribuir cópias do programa de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
    • A liberdade de modificar (aperfeiçoar) o programa e distribuir estas modificações, de modo que toda a co-munidade se beneficie.
    Soluções baseadas na natureza

    Soluções ou instalações inspiradas em processos naturais para melhorar o bem-estar humano e a economia socialmente inclusiva. As soluções baseadas na natureza (SbN), ter-mo cunhado pela união internacional para conservação da natureza (IUCN), são um conjunto de soluções capazes de amenizar e controlar as consequências da ação humana no planeta, tendo a natureza como protagonista da solução.

    Supramunicipal

    Refere-se à escala que inclui um agrupamento de municípios com relações de interdependência funcional. A escala supramunicipal é a das funções públicas de interesse comum. São relações entre áreas urbanas de municípios limítrofes (conurbação – contiguidade da mancha urbana); as relações funcionais entre cidades vizinhas (movimentos pendulares diários para estudo e trabalho), as dinâmicas e regiões metropolitanas (relações de fato e de direito), relações de produção e consumo de água, bacias hidrográficas, disposição de resíduos sólidos etc., Que determinam complexidades das questões urbanas e níveis de compartilhamento das funções públicas de interesse comum (FPICs). No ordenamento territorial, abarca todos os conteúdos da escala municipal, uma vez que as cidades não necessariamente obedecem a limites municipais; nessa perspectiva, essa escala contém a escala do intraurbano supramunicipal.

  • T

    Tecnologias assistivas

    São produtos, métodos, processos ou técnicas desenvolvidos com a funcionalidade para garantir autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social da pessoa com defici-ência ou com mobilidade reduzida.

    Tecnologias de informação

    Segundo a wikipedia, a tecnologia da informação (ti) é o uso de computadores para armazenar, recuperar, transmitir e manipular dados, ou informações, muitas vezes no contexto de uma empresa ou outra empresa. A TI é considerada um subconjunto de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Um sistema de tecnologia da informação (sistema de TI) é geralmente um sistema de informação, um sistema de comunicações ou, mais especificamente, um sistema de computador - incluindo todo o hardware, software e equipamento periférico - operado por um grupo limitado de usuários. O termo tecnologia da informação em seu sentido moderno apareceu pela primeira vez em um artigo publicado em 1958 na harvard business review; os autores harold j. Leavitt e thomas l. Whisler comentaram que “a nova tecnologia ainda não possui um único nome estabelecido. Nós a chamaremos de tecnologia da informação (TI)”. Sua definição consiste em três categorias: 

    • Técnicas de processamento;
    • A aplicação de métodos estatísticos e matemáticos para a tomada de decisões;
    • A simulação de pensamento de ordem superior por meio de programas de computador.
    Tecnologias de informação e comunicação (TICS)

    Segundo o conceito da unesco, é o conjunto de ferramentas e recursos tecnológicos (hardware, software, rede) que permite às pessoas acessar, armazenar, transmitir e manipular informações. Estendem o conceito de tecnologia da informa-ção (TI), enfatizando o papel das comunicações unificadas e a integração de telecomunicações, telefones, rádio, computadores, software, middleware, armazenamento e sistemas audiovisuais, que permitem aos usuários acessar, armazenar, transmitir e manipular informações por meio de um sistema integrado de cabeamento ou link de rádio.

    Tecnologias de registro distribuído

    São sistemas digitais para registrar transações de forma descentralizada, em vários lugares ao mesmo tempo, como programações de software destinadas a aumentar a segurança da informação. O conceito é a criação de um protocolo de interação em rede onde um “rastro criptografado” de processos e transações eletrônicas seja emitido com frequência a todas as partes envolvidas, limitando ao extremo a possibilidade de fraudes. Esses registros são feitos em pacotes de informação, ou blocos, que são encadeados sequencialmente. Daí o nome “blockchain”, ou “corrente de blocos”.

    Tecnologias sociais

    “Tecnologia social” é  todo produto, método, processo ou técnica desenvolvido para solucionar algum tipo de problema social, atendendo quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade (e replicabilidade) e impacto social comprovado. “Tecnologias sociais” podem ser compreendidas também como um conjunto de técnicas e metodologias para transformação social, desenvolvidas e/ou aplicadas em interação com comunidades e apropriadas por elas, tendo como objetivo a possibilidade de construção participativa de soluções para, por exemplo, maior inclusão social,  melhoria de condições de vida e autonomia comunitária. A esse propósito, pode-se genericamente chamar de “inovação social”. Nesse sentido, “tecnologia social” é tanto um processo socioeducativo - até mesmo pedagógico - quanto uma ferramenta que reúne conhecimentos disponíveis em uma estratégia co-criada para mudar uma determinada realidade. As tecnologias sociais podem ser entendidas metaforicamente como uma ponte entre desafios locais e soluções inusitadas. Em uma visão mais abstrata, tecnologias sociais podem promover educação, cidadania, inclusão, acessibilidade, sustentabilidade, participação e cultura. Suas metodologias abertas permitem que sejam adotadas em distintas localidades do país, desde que contextualizadas e em diálogo com os saberes das co-munidades em foco.

    Tecnologias wireless

    A comunicação sem fio é a transferência de informações ou energia entre dois ou mais pontos não conectados por um condutor elétrico. As tecnologias sem fio mais comuns utilizam são as ondas de rádio. Com as ondas de rádio, as distâncias podem ser curtas – como alguns metros para o bluetooth – ou até milhões de quilômetros - para as comunicações de rádio para exploração espacial. Essa tecnologia engloba vários tipos de aplicativos fixos, móveis e portáteis, incluindo rádios bidirecionais, telefones celulares, assistentes digitais pessoais e redes sem fio.  Outros exemplos de aplicações de tecnologia de rádio sem fio incluem unidades de GPS, controles de porta de garagem, mouse de computador sem fio, teclados e fones de ouvido, receptores de rádio, televisão por satélite, televisão aberta e telefones sem fio. Métodos menos comuns de obter comunicações sem fio incluem o uso de outras tecnologias eletromagnéticas sem fio, como a luz, campos elétricos e/ou magnéticos ou elétricos, ou o uso do som.  O termo wireless foi usado outras vezes no histórico de comunicações, com significado diferente. Foi usado inicialmente por volta de 1890 para a primeira tecnologia de transmissão e recepção de rádio, como na telegrafia sem fio, até que a nova palavra “rádio” a substituiu por volta de 1920. O termo foi revivido nas décadas de 1980 e 1990 principalmente para distinguir dispositivos digitais que se comunicam sem fio, como os exemplos listados acima, daqueles que requerem fios ou cabos. Esse se tornou o principal uso do termo nos anos 2000, devido ao advento de tecnologias como banda larga móvel, wi-fi e bluetooth.

    Transformação digital

    O fenômeno histórico de mudança cultural provocada pelo uso disseminado das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nas práticas sociais, ambientais, políticas e econômicas. A transformação digital provoca uma grande mudança cultural, inédita, rápida e difícil de entender na sua totalidade. Afeta mentalidades e comportamentos nas organizações, governos, empresas e na sociedade de forma geral.  Neste processo ocorre uma intensificação na comunicação remota entre os setores produtivos, financeiros, de serviços e sociais com as redes territoriais de infraestrutura digital (redes de telecomunicações – fibra ótica, antenas, sensores, data centers, satélites e smartphones). A disseminação destas novas tecnologias induz uma progressiva substituição dos meios analógicos que dominaram as relações sociais (pessoas-pessoas, pessoas-objetos) até o século xx, redesenhando estas relações e abrindo espaço para novos tipos de relação (objetos-objetos, como no caso da internet das coisas).

    Transformação digital sustentável

    É o processo de adoção responsável de tecnologias da informação e comunicação, baseado na ética digital e orientado para o bem comum, compreendendo a segurança cibernética e a transparência na utilização de dados, informações, algoritmos e dispositivos, a disponibilização de dados e códigos abertos, acessíveis a todas as pessoas, a proteção geral de dados pessoais, o letramento e a inclusão digitais, de forma adequada e respeitosa em relação às características socio-culturais, econômicas, urbanas, ambientais e político-institucionais específicas de cada território, à conservação dos recursos naturais e das condições de saúde das pessoas.

  • U

    Ubiquidade

    Característica que se refere à computação ambiental ou “computação ubíqua” - conceito desenvolvido por mark weiser. Fundamentalmente, trata-se de uma nova etapa da tecnologia da informação, onde esta torna-se tão abundante, miniaturizada, interconectada, autônoma e “ubíqua”, que “desaparece” no espaço urbano. Este conceito está na base da “internet das coisas”, dos smartphones e demais objetos conectados que compõem a ecologia de mídias urbanas.

  • V

    Visão sistêmica

    É uma expressão advinda da teoria de sistemas – que é o estudo interdisciplinar de sistemas. Um sistema é um conglomerado coeso de partes interrelacionadas e interdependentes, que é natural ou feito pelo homem. Todo sistema é delineado por seus limites espaciais e temporais, cercados e influenciados por seu ambiente, descritos por sua estrutura e propósito ou natureza e expresso em seu funcionamento. Em termos de seus efeitos, um sistema pode ser mais do que a soma de suas partes se expressar sinergia ou comportamentos emergentes. A alteração de uma parte do sistema geralmente afeta outras partes e o todo o sistema, com padrões previsíveis de comportamento. O objetivo da teoria de sistemas é descobrir sistematicamente a dinâmica, restrições, condições e elucidação de princípios (objetivos, medidas, métodos, ferramentas etc.) Que podem ser discernidos e aplicados a sistemas em todos os níveis e em todos os campos. No caso das metrópoles, essa visão depende da construção de um modelo de análise transversal e interdependente do ambiente urbano, bem como da formação de equipes interdisciplinares capazes de avaliar a complexidade do fenômeno urbano.

  • W

    WWW

    World Wide Web é o sistema de informação criado em 1989 por Tim Berners-Lee. Esse sistema de gestão do conhecimento é uma coleção de documentos e outros recursos, in-terligados por hiperlinks. Internet e WWW não são sinônimos.

  • X

  • Y

  • Z